In Memoriam Credidio Rosa (4/9/1938 - 6/8/2014)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Credvinho - Mai de 2010 :: Vinhos da Toscana

O tema do encontro de 20/05/2010, realizado na World Wine, foi “Vinhos da Toscana”.




Os confrades do Credvinho se reuniram na World Wine, desta vez para degustar Vinhos da Toscana.

Os vinhos da Toscana são famosos em todo o mundo. A Toscana está situada na Itália Central, tem cerca de 3,6 milhões de habitantes e aproximadamente 23 000 km², cuja capital é Florença. Tem limites a noroeste com a Ligúria, ao norte com a Emilia-Romagna, a leste com Marcas e Úmbria e ao sul com o Lácio. O rio Arno atravessa a Toscana na altura de Pisa e Florença. A região vinícola mais importante da Toscana, e talvez da Itália, é o Chianti.

A região da Toscana é composta de 10 províncias: Arezzo (39 comunas), Florença (44 comunas), Grosseto (28 comunas), Livorno (20 comunas), Lucca (35 comunas), Massa-Carrara (17 comunas), Pisa (39 comunas), Pistoia (22 comunas), Prato (7 comunas), Siena (36 comunas).




Da nossa prospecção, resultou a proposta:

Inicialmente o Centine Bianco – 2008 e, em seguida, degustação às cegas do seguintes toscanos:


CROGNOLO – 2006
BRUNELLO DI MONTALCINO – 2004
LA MASSA – 2007
CASTELLO DI BROLIO – 2006

Após a degustação:
Jantar – Risoto de funghi com filet ao molho de vinho

Vinho: CASALE VECCHIO – FARNESE – MONTEPULCIANO D’ ABRUZZO – DOC – 2008

Iniciamos as atividades “fazendo a boca” com o delicioso “Centine Bianco IGT, 2008”. Um corte Toscano das cepas Chardonnay, Pinot Grigio e Sauvignon Blanc, cor amarelo palha, grau alcoólico 13.5%. Aroma frutado, apresentando notas de pêra, lima e damasco fresco. Na boca, elegante, com acidez equilibrada, macio e confirma as sensações aromáticas; frutado. Muito bom.


Em seguida passamos à doce tarefa – degustação dos toscanos – selecionados pelo Credidio, nosso Consultor Técnico em WT (Wine Technology), e nosso amigo Guilherme, chef e consultor de vinhos da World Wine. Os vinhos foram degustados na ordem apresentada abaixo sem que os degustadores tivessem conhecimento da identidade dos mesmos, nem tão pouco de suas características descritas abaixo, em geral extraídas de fichas técnicas providas pelos importadores.




· CROGNOLO – igt 2006 – “ImBOTTIGLIATO DA TENUTA SETTE PONTI” – (ws 92, rp 89)

A Tenuta Sette Ponti fica no coração da região demarcada do Chianti, 24 Km a noroeste da cidade de Arezzo. Seu nome refere-se às sete pontes que cruzam o Rio Arno, de Arezzo até Florença. Esta propriedade pertencia às princesas Margherita e Maria Cristina di Savóia D’Aosta e foi comprada pelo arquiteto Alberto Moretti. Hoje a propriedade é dirigida por seu filho Antonio Moretti. Embora a vinificação seja relativamente recente para esse produtor, a vitivinicultura goza de grande prestigio e tradição: até 1997 vendiam suas uvas para grandes produtores como Piero Antinori. Para fazer jus à qualidade da matéria-prima, contrataram o competente e inovador enólogo Dr. Carlo Ferrini, que encontrou o equilíbrio perfeito entre a tradição da Sangiovese e a modernidade da Cabernet Sauvignon e Merlot.

Esse Toscano tinto é um corte das castas Merlot e Sangiovese. Possui teor alcoólico de 13,5%. Apresenta aroma complexo de especiarias e frutas vermelhas. No paladar apresenta-se muito equilibrado, com taninos bastante presentes e confirmam-se as sensações olfativas. Elaborado com uvas provindas de vinhas de 20 e 30 anos, cultivadas em terreno arenoso, argiloso e de boa densidade. É feita uma maceração por 20 dias seguida de fermentação com controle de temperatura, com remontagem e pigeage diárias. O amadurecimento é feito em barricas de carvalho francês e o afinamento em garrafas por seis meses.

Harmonização: acompanha carnes vermelhas grelhadas e assadas, carnes de longo cozimento e caça, e queijos intensos. Temperatura de serviço: 16º C – 18º C. Preço aproximado: R$ 137,00.


· BRUNELLO DI MONTALCINO – DOCG 2004 – VAL DI SUGA (TENIMENTI ANGELINI) – (ws 88, rp 90)

Localizada em Montalcino, uma cidade medieval com geografia única que reflete em seus vinhos estes contrastes: ao norte, os vinhos são mais delicados, frutados e ricos em aromas; ao sul, são mais estruturados e alcoólicos. Val di Suga é a única vinicola que possui terras em ambos os lados da cidade, o que confere complexidade única aos seus vinhos. Todos os seus vinhos passam ao menos 36 meses sob constante supervisão nas adegas.

Esse Toscano tinto é um varietal da cepa Sangiovese Grosso (Brunello). Possui teor alcoólico de 14,5%. Visualmente apresenta cor vermelho rubi, com reflexos grenás. No nariz, bastante intenso e aromático, destacando a presença de frutas negras, leve toque de especiarias e notas terrosas. Na boca, apresenta ótimo corpo, confirma as sensações olfativas. Apresenta taninos finos e marcantes. Possui final intenso e persistente. Quanto ao processo de elaboração, após a colheita, as uvas passam pelo método tradicional de vinificação, com maceração e fermentação em tanques de aço inox e temperatura controlada a 30º C. Em seguida o vinho amadurece em barris de carvalho esloveno e francês de 2º e 3º uso, por 35 meses, e mais 12 meses em garrafa, antes de dar início à comercialização.

Harmonização: acompanha carnes vermelhas grelhadas e assadas, caça (pêlo), como javali e queijos fortes. Temperatura de serviço: 16º C – 18º C. Preço aproximado: R$ 198,00.

· LA MASSA – IGT 2007 – FATTORIA LA MASSA – (ws 91, rp 91)

Giampaolo Motta começou adquirindo uma vinícola semi-abandonada e nem quando parte de sua propriedade teve que ser entregue ao banco como pagamento de empréstimos, desistiu de seu sonho de produzir grandes vinho. Em parceria com o enólogo-consultor Carlo Ferrini e inspirado pelos grandes vinhos de Bordeaux, Giampaolo Motta produz vinhos sensacionais ano após ano.

Esse Toscano tinto, é um corte das castas Cabernet Sauvignon (10%), Merlot(20%) e Sangiovese (70%). Possui teor alcoólico de 13,5%. Apresenta cor vermelho rubi intenso com reflexos negros. Apresenta aroma intenso e revela notas de frutas vermelhas, alcaçuz, especiarias e um leve toque de couro. Apresenta paladar encorpado e de boa estrutura, confirma as sensações olfativas de frutas com taninos macios. Apresenta final intenso e persistente. Quanto ao processo de elaboração; as uvas foram colhidas manualmente e selecionadas cuidadosamente, produzindo um vinho com grande persistência e estrutura e longevidade, devido em parte à vinificação respeitosa e rígida, buscando exaltar a fruta e o mineral destas uvas de enorme potencial. O vinho passa por amadurecimento em barricas de carvalho francês, sendo 10% novas, por 12 meses.

Harmonização: acompanha carnes vermelhas grelhadas e assadas, massas com molhos de média intensidade e queijos maduros. Temperatura de serviço: 16º C – 18º C. Preço aproximado: R$ 150,00.


· chianti classico “CASTELLO DI BROLIO” – docg 2006 – barone ricasoli – (ws 96, rp 88)

A origem do vinho Chianti é atribuída ao Barão Bettino Ricasoli, que foi também o segundo Primeiro-Ministro da Itália na era moderna. Segundo se conta, a fórmula do Chianti foi inventada em 1874. O Barão Francesco Ricasoli assumiu o controle da vinicola em 1993, replantou os vinhedos, aprimorou a vinificação e comprometeu-se a mudar não só apenas a imagem, como também a qualidade dos vinhos. O sucesso foi tão grande que em 2000 sua vinícola foi apontada pelo guia Gambero Rosso como a melhor do ano.

Esse Chianti da Toscana, tinto, é um corte das castas Cabernet Sauvignon (5%), Merlot (5%) e Sangiovese (90%). Possui teor alcoólico de 13,5%. Apresenta cor vermelho rubi intenso com reflexos granada. No nariz, é complexo e intenso com aromas de frutas negras, notas de baunilhas e café e toques leves de alcaçuz. Na boca, apresenta corpo médio, confirma as sensações olfativas, adornadas por notas de baunilha e café, com taninos redondos. Apresenta final persistente. Quanto à sua elaboração; são selecionadas as melhores uvas, a produção do Castello di Brolio está intimamente relacionada ao bom desempenho do ano, as uvas são provenientes de vinhedos de 350 a 400 metros acima do nível do mar, especialmente em solos calcários. A fermentação é feita com temperatura controlada entre 28º C e 31º C, logo após o vinho passa por maceração durante 19 dias. Amadurece 18 meses em barricas novas. Harmonização: combina com carnes assadas e grelhadas, como Bisteca alla Fiorentina, massas recheadas com molho vermelho e queijos de massa dura. Temperatura de serviço: 16º C – 18º C. Preço aproximado: R$ 300,00.

Após avaliação visual, olfativa, gustativa e de aspectos gerais os confrades votaram.





E após a tradicional tabulação feita pelo Credidio, foi anunciada a seguinte classificação:


CHIANTI CLASSICO “CASTELLO DI BROLIO” – DOCG 2006
BRUNELLO DI MONTALCINO – DOCG 2004
LA MASSA – IGT 2007
CROGNOLO – IGT 2006


Uma vez o trabalho realizado, passamos ao jantar. Mas para isso acontecer contamos com o esmero e a dedicação do Guilherme e de toda equipe da World Wine:

Para aqueles que quiserem reviver o evento, a receita foi passada gentilmente pelo Chef Guilherme Rodrigues, que escreveu:
"Senhor (esse senhor é o Credidio) e seus confrades em nossa loja. Espero que todos tenham gostado dos vinhos e do jantar! Por gentileza, repasse a receita para todos.”

Risoto de funghi com filet ao molho de vinho


Ingredientes para o risoto. (para 04 pessoas)

200 g de arroz Carnaroli
80 g de funghi porcini
500 ml de caldo de galinha
01 taça de vinho branco
01 cebola média picada
02 dentes de alho picado
Azeite
50 g de manteiga sem sal
Sal e pimenta a gosto

01. Hidrate o Fungui em água morna 30 minutos antes de começar o preparo, mas depois não jogue fora o caldo que ficou, passe-o em algum filtro de papel para café e misture-o com o caldo de galinha.
02. Refogue no azeite a cebola e o alho.
03. Acrescente o arroz, misture. Adicione o vinho branco e misture novamente até o vinho evaporar.
04. Sempre mexendo, adicione aos poucos o caldo de galinha e vá acrescentando sal e pimenta a gosto.
05. Quando o grão do arroz estiver quase no ponto, acrescente o funghi.
06. Quando o grão estiver no ponto desligue o fogo e finalize com a manteiga.

Ingredientes para o filet ao molho de vinho

Filet mignon (Cada filet com mais ou menos 150 g - Cada pedaço)
01 gf de vinho tinto (usei um Carmenere mas com Merlot também fica interessante).
01 ramo de alecrim bem picado!
01 ramo de tomilho-limão bem picado!
01 cebola picada na ponta da faca
100 g de manteiga sem sal
50 g de farinha de trigo
Fio de azeite
Sal e pimenta a gosto

01. Em uma panela bem quente doure o file dos dois lados e finalize no forno.
02. Na mesma panela refogue a cebola até que fique bem dourada
03. Acrescente o alecrim e o tomilho e farinha de trigo; mexa até que vire uma goma.
04. Adicione toda garrafa de vinho mexa com o fue (batedor de ovos) até dissolver essa goma.
05. Vá corrigindo o sal e a pimenta. Deixe o vinho reduzir em fogo baixo mexendo de vez em quando até ele ficar na textura desejada.

Portanto, agradecemos ao Guilherme Rodrigues e equipe (“World Wine – Grupo La Pastina”) pelo suporte e por ter possibilitado a realização desse evento e também pelo presente sorteado entre os confrades:

Um grande abraço a todos e até a próxima.

Walter F. Brungnole


quinta-feira, 20 de maio de 2010

Degustação de Mai de 2010 :: Tintos Reserva Alentejanos



A degustação do mês do Maio aconteceu no dia 20 naAdega Alentejana, depois de alguns anos, e como sempre fomos muito bem recebidos pelo Manuel e a Virginia, que nos ajudaram a preparar e escolher os vinhos da nossa degustação.










O tema deste mês foi Vinhos Tintos Reserva Alentejanos, safras 2004/2005, de cortes diferentes, porém todos possuíam Alicante Bouschet. Para começar os trabalhos foi aberto um maravilhoso espumanteVERTICE Reserva ano 2005 do Douro, com um corte de 6 castas, entre elas Touriga Franca, Malvasia, Rabigato, Gouvea, etc. Este espumante é elaborado pelo método champenoise e fica dois anos na garrafa após a segunda fermentação, para mim não fica nada a dever a uma Champagne.
COUTEIRO-MOR RESERVA 2004 - Este foi o primeiro vinho degustado, o produtor é o mesmo nome do vinho, o teor alcoólico é de 14%, as castas são:Alicante Bouschet, Aragonez e Touriga Nacional, cor - granada, aroma de cacau, e na boca elegante com taninos macios e um ótimo corpo, com ótima acidez e boa persistência. Estagiou 6 meses em carvalho francês e foi oquarto colocado na preferência do grupo. Preço - R$ 96,30.

CASA DE SABICOS RESERVA 2005
 - Este foi o segundo vinho degustado, o produtor é também o mesmo nome do vinho, o teor alcoólico é de 14,5%, as castas são: Alicante Bouschet, Aragonez, Cabernet Sauvignon e Trincadeira, cor - granada, aroma leves de fumo, baunilha e muito aroma de Ginja (cereja escura portuguesa), na boca se nota o sabor de ginja, balsâmicos, elegante com ótimo final e saboroso, 12 meses em carvalho francês, foi o segundo colocadona escolha do grupo. Preço - R$ 91,20.

MONTE DOS CABAÇOS RESERVA 2004 - Terceiro vinho degustado, produtor de mesmo nome do vinho, TA é de 14,5%, castas - Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah e Touriga Nacional, cor - granada densa, no nariz muita fruta escura com notas leves de madeira, na boca elegante e com um corpo bem equilibrado, 12 meses em carvalho francês, foi o terceiro na escolha. Preço R$ 160,00.
ROQUEVALE RESERVA 2005 - O quarto vinho degustado, o produtor do mesmo nome do vinho, TA é 14%, as castas são: Alicante Bouschet, Tinta Caiada, Touriga Nacional, cor - granada, aroma leve café, fruta vermelha e caramelo, excelente estrutura, bons taninos, muito boa persistência, 6 meses em barricas de carvalho francês e americano, foi o primeiro colocadona escolha. Preço R$ 72,70.
As diferenças entre os vinhos foram pequenas, todos de ótima qualidade, só com cortes e preço diferentes. Abraços e até a próxima.
Taba

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Viagem à Serra Gaúcha - 05/2010

Se qualquer um de nós idealizasse uma viagem de enoturismo à Serra Gaúcha não chegaríamos nem perto do que foi na prática nossa viagem organizada pelo Credidio.

O grupo foi composto pelos casais: Credidio e Leila, Conrado e Edna, Angelo e Maria José, Figão e Lucilia, Claudio e Marialva, Victor e Regina, Jair e Lourdes e Flavio Valente e sua irmã Marlene. Nosso motorista/guia Ary foi outro ponto de enriquecimento para nossa viagem.


Ficamos hospedados na Villa Valduga, onde o atendimento e qualidade é tal que já a levaram ter citação no livro “1000 lugares para conhecer antes de morrer”.

Visitamos: Casa Valduga, Casa de Madeira, Miolo, Lidio Carraro, Dal Pizzol, Cave Amadeu, Don Giovanni, Salton, Pizzato e Bettú.

A recepção em todos os locais foi extremamente calorosa, muitas das vezes feita pelo próprio dono da vinícola e o carinho que todos demonstraram foi inesquecível.


As degustações foram muito profissionais e diferenciadas, contando com os melhores vinhos que tinham a oferecer.


Em algumas vinícolas tivemos oportunidade de andar entre os parreirais com explicação gabaritada de enólogos e proprietários.


Em todas, visitamos as cantinas acompanhados de enólogos e muitas vezes provamos até os vinhos base.


As refeições foram motivo de comentários elogiosos de todos participantes. Por exemplo, houve uma polenta com queijo ao molho de codorna, na Casa de Madeira, que é digna dos deuses. A sopa de cappelletti foi sempre bem vinda. Tivemos refeições harmonizadas acompanhadas pelos donos das vinícolas. Muitas das refeições foram acompanhadas de música ao vivo, com cantora, conjunto típico italiano e pianista.


O grupo sempre esteve muito entrosado e alegre. A participação foi muito intensa e o sorriso foi uma constante no rosto de todos.

 
  


A pontualidade de todos foi outro fator que fez com que a viagem fluísse sempre, gerando bom humor a todos. O Credidio foi sempre o nosso líder em todos os aspectos e o seu conhecimento e memória dos vinhos e locais foi elogiado por todos.

Agradecemos ao Credidio e às vinícolas que visitamos por esta semana tão prazerosa.

Jair Rodriguez
 

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