Fiquei alguns dias pensando o que eu iria escrever sobre esta degustação, mas decidi fazer de uma forma tradicional, porém surpreendente. Começamos o ano com o pé direito e abaixo vocês verão por que.
O presidente me pediu uma opinião e eu sugeri fazermos uma degustação com os melhores tintos nacionais, selecionados pelo Marcelo Copello, que foi publicado no site do
Enoeventos, sendo a minha sugestão acatada imediatamente, pois todo mundo sabe que o Credidio é um grande entusiasta do vinho nacional. Eu já acho que os espumantes e os brancos já chegaram a um bom nível, porém os tintos continuam instáveis e na maioria das vezes de qualidade mediana.
Bem, o segundo grande trabalho seria onde encontrar estes vinhos e o Credidio sugeriu uma loja desconhecida por nós e que tinha sido sugerida pelo Dárcio (colega nosso da IBM), como sendo uma loja especializada em vinhos nacionais chamada D. O. BRASIL, localizada na Rua Dr. Thomaz Carvalhal, 620, no Paraíso, telefone (11) 3051-5156, comandada pela Cecilia Leite, uma Sommeliere Internacional e Técnica em Enologia.
Chegando lá ficamos surpresos, pois os vinhos que ela tem nesta boutique são vinhos de pequenos produtores e produzidos de uma forma artesanal e segundo a Cecilia com muito talento. Depois de 15 minutos de conversa com a Cecilia, decidimos mudar o tema, em parte, pois continuaria sendo vinhos tintos nacionais, porém sugeridos pela Cecilia. Bem, vou confessar que fiquei apreensivo com relação a como seria a reação dos confrades, mas decidi arriscar e para não causar preconceito decidi divulgar aos confrades que a degustação seria uma surpresa, torcendo para que fosse positiva, inclusive para eu mudar os meus conceitos
A degustação ocorreu no dia 20/01, no Restaurante Genova do nosso amigo João, onde sempre somos bem recebidos e onde sempre há uma pasta nova para provarmos e claro aprovarmos.
Abrimos os trabalhos com o espumante Bortolo Mascarello - Brut, elaborado pelo método champenoise com uva Chardonnay, produzido pela Adega Mascarello de Flores da Cunha-RS, e o grupo aprovou imediatamente, com comentários muito positivos e que era um produto desconhecido de todos. e quando eu informei que o preço é R$ 31,70, todos comentaram que o vinho tinha um excelente custo/beneficio.
Nossa degustação, como sempre às cegas e sendo como tema a "Surpresa do Taba", começou com a seguinte amostra:
1) MAXIMUS - Produzido pela Sociedade de Bebidas Panizzon, de Flores da Cunha-RS, um grande vinho, este vinho é uma seleção de quatro tipos de vinhos, com as melhores safras dos últimos tempos, sendo que elas não são divulgados, possui uma personalidade própria, deixa uma pequena lembrança de um Primitivo de Manduria, tem uma cor vermelho rubi, um aroma muito intenso com toques de especiarias, couro, pimenta e tabaco, na boca muito volumoso, macio e levemente adocicado, nesta garrafa apresentou alguns cristais de açúcar, sem afetar em nada a qualidade do vinho, GA - 13,5%, preço R$ 45,90, foi escolhido pelo grupo como o vencedor.
2) PEQUENAS PARTILHAS - Vinícola Aurora de Bento Gonçalves, elaborado com uvas Cabernet Franc, safra 2009, uma cor que lembrava a coloração de um Pinot Noir, aroma de especiarias e na boca uma acidez marcante, sendo que ao longo da degustação ele se tornou muito agradável, recebeu 2 votos como sendo o melhor das amostras, GA - 13%, preço R$ 33,30, foi escolhido em quarto lugar.
3) CASA VENTURINI CABERNET SAUVIGNON RESERVA - Vinícola Góes e Venturini, de Flores da Cunha-RS, elaborado com uvas Cabernet Sauvignon cultivadas na Serra Gaucha, safra 2008, uma coloração rubi intensa, aromas de frutas vermelhas, musgo e especiarias, na boca apresentou muita personalidade, tem uma produção limitada de 6500 garrafas numeradas e descansa 125 dias em barricas novas de carvalho francês, GA - 13,7%, preço R$ 24,30, excelente custo/benefício, e foi escolhido em terceiro lugar, obteve um voto em primeiro lugar.
4) MONTE AZZURRO GRAN RESERVA - Produzido por Vinícola Serafini, de Dois Lajeados-RS, é um Triplice Rosso de uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenere, safra 2005, cor rubi intenso, aroma de couro e especiarias, porém um aroma e sabor de madeira intenso, com o passar do tempo ele se tornou mais agradável, GA - 13,8%, preço R$ 54,00, foi escolhido como segundo colocado, obteve 4 votos em primeiro lugar.
Realmente uma degustação que nos trouxe uma avaliação muito positiva e mostrou que há bons vinhos tintos nacionais.
E para fechar no nosso jantar, o vinho escolhido para harmonizar foi o MILANTINO TEROLDEGO (uva original do norte da Itália na região de Alto Adige), produzido por Milantino Vinhos Finos, no Vale dos Vinhedos, Bento Goncalves-RS, safra 2006, um vinho também surpreendente pelo aroma, sabor e personalidade, preço R$ 34,20
