In Memoriam Credidio Rosa (4/9/1938 - 6/8/2014)

domingo, 28 de julho de 2019

Syraz ao redor do mundo


CLUVINHO - JULHO 2019

TEMA -SYRAH AO REDOR DO MUNDO

LOCAL - RESTAURANTE LOUP



A degustação do dia 16 de julho de 2019 do Cluvinho foi espetacular. Um local maravilhoso, vinhos muito bons e um papo envolvente.





Começamos com um branco da Toscana, o Vernaccia di San Gimignano DOCG, 2016, produzido por Poderi Del Paradiso. A colheita é realizada manualmente. Após prensagem leve, a fermentação alcoólica ocorre em tanques de aço inoxidável durante 30 dias, sob temperatura de 18°C. Passa 60 dias em tanques de aço inox, sur lie (o vinho é mantido em contato com os sedimentos residuais da fermentação). Além de sua arquitetura medieval, San Gimignano gera interesse por outro motivo. Ela é berço do célebre Vernaccia, o vinho branco da uva de mesmo nome, mencionado por Dante Alighieri em A Divina Comédia e o primeiro italiano a merecer o status de DOC (denominação de origem controlada) — hoje, ostenta a distinção superior DOCG (denominação de origem controlada e garantida). De cor amarelo palha, no nariz remete a frutas cítricas com notas florais e na boca seco, corpo leve, boa acidez, boa persistência, muito refrescante. Harmoniza com pescados, queijos moles e saladas. GA 13,5%. Muito bem apreciado. Comprado na Casa Flora por R$ 86,50.



Degustamos:

1. Montes Alpha Syrah 2016, da Viña Montes, região do Vale do Aconcágua, Chile. Syrah 90%, Cabernet Sauvignon 7%, Viognier 3%. 55% do vinho foi envelhecido por 12 meses em barricas de carvalho francês em sua primeira, segunda e terceira utilização. Nariz aromático com aroma marcante de frutas silvestres maduras como framboesas e figos. Aroma de creme de cassis misturado a notas suaves de couro e chocolate amargo, bem característico da Syrah do Aconcágua. O palato é bem equilibrado com uma rica acidez, taninos incrivelmente macios, tremenda estrutura e volume generoso. GA 14,5%. Comprado na Mistral por R$ 160,00. Ficou em primeiro lugar na preferência.

2.  Jacob’s Creek Reserve Shiraz 2015, da Jacob’s Creek, região de Barossa Valley, Austrália. 100% Shiraz. Colheita criteriosa, desengace, prensagem leve das uvas para a formação de mostro, fermentação alcoólica em tanques estáticos com leveduras neutras e com temperatura controlada de 18-28°C por aproximadamente 15 dias com remuage (movimentação das cascas) para extração de cor e aroma. Amadurecimento em barricas de carvalho francês e americano, por aproximadamente 20 meses, o vinho passa por fermentação malolática (transformação do ácido málico em ácido láctico). Cor: Vermelho intenso; aroma: amoras maduras, bolo de frutas, notas de chocolate, especiarias (pimenta preta) e toques deliciosos de baunilha; sabor: seco, muito encorpado com taninos redondos, acidez equilibrada e final sedoso. GA 14,5%. Comprado na Casa Flora por 69,53 (possivelmente errado; o valor no mercado livre é R$ 219,80). Ficou em terceiro lugar na preferência.

3. Crozes-Hermitages Les Meysonniers 2015, da M. Chapoutier, região do Rhone, França. 100% Syrah. Este delicioso tinto mostra a Syrah em sua região de origem, com um estilo elegante e ao mesmo tempo encorpado, rico e sedoso. Chapoutier é o grande nome do Rhône, o maior especialista em Hermitages, e seus Crozes Hermitages também são verdadeiros achados. É um vinho gastronômico, perfeito para acompanhar comida. GA 13%. Comprado na Mistral por R$ 299,96. Ficou em segundo lugar na preferência.

4. Tandem 2016, da Domaine des Ouled Thaleb, região Zenata, Marrocos. 100% Syrah. Proveniente de solo aluvial-calcário e temperaturas altas durante o dia, com noites muito frescas, que proporcionam o amadurecimento lento e gradual das uvas. As videiras de Syrah são cultivadas de forma orgânica e 60% do vinho passa por envelhecimento em barris de carvalho durante 15 meses. De coloração rubi com reflexos violáceos, possui aromas de frutas vermelhas maduras e toques de especiarias, como pimenta preta. Ao paladar é de médio corpo, equilibrado e elegante, possuindo taninos aveludados e boa integração entre frescor e potência. Seus aromas remetem às sensações olfativas. Ao paladar é de médio corpo, equilibrado e elegante, possuindo taninos aveludados e boa integração entre frescor e potência. Seus aromas remetem às sensações olfativas. Quanto ao aroma: frutas vermelhas maduras e toques de especiarias, como pimenta preta. Ideal para acompanhar pato com molho de frutas vermelhas, ensopados, cordeiro com tempero picante, queijos com caráter herbáceo. GA 13%. Comprado na Wolrd Wine por R$ 151,30. Ficou em quarto lugar na preferência.



Para jantar houve um cardápio especial:
Couvert: Seleção de pães com salsa tomate e azeite
Entrada: Pomodorini e Mozzarella tomatinhos da horta ao azeite de manjericão com mozzarella de búfala ao perfume de limão siciliano e tostada ou Mix de folhas, tomates cereja, figos, chèvre à L’huile e vinagrete de laranja
Principal: Miolo de alcatra na grelha, batata gratin e mini cebola confit ou Gnocchi de mandioquinha com cogumelos e grana padano ou Prato do Pescador - Em emulsão de capim limão e parmentier de espinafre
Sobremesa: Mil Folhas de morango com calda de laranja ou Fruta da estação

O vinho foi o Errazuriz Series Shiraz Reserva 2016, da Errazuriz, da região do Vale do Aconcágua, Chile.  95% Shiraz, 5% Viognier. A Errazuriz foi uma das pioneiras no cultivo da Shiraz no Chile – e é por isso que conseguem expressar tão bem a tipicidade da uva por meio deste vinho. Ele nos mostra como a casta ganha potência no Alto Aconcágua: o vinho perfuma a taça com notas de ameixas maduras, canela e toques de pimenta vermelha, que seduzem o nariz e convidam para o primeiro gole. O vinho espalha sabor picante no paladar e deixa os sabores de frutas maduras por meio dos taninos redondos e muito bem polidos pelo tempo em que estagiou em carvalho francês. É um vinho fácil de agradar e que recomendamos especialmente para quem se interessa por conhecer tendências do mundo do vinho: tudo indica que a Shiraz é uma das maiores uvas do Chile. Harmoniza bem com costela suína com molho barbecue, yakisoba de legumes ou queijos semiduros. Comprado na Grand Cru por R$ 67,92 (desconto de 15% sobre o preço de catálogo).

Parabéns ao Claudio e ao Gomide pela excelente seleção e compra dos vinhos.

Até agosto,

Paulo Sergio


domingo, 21 de julho de 2019

Vinhos Portugueses: Douro vs Alentejo

CLUVINHO - MAIO 2019

TEMA - DOURO VS ALENTEJO

LOCAL - QUINTA DA SANTA MARIA



A reunião do Cluvinho ocorreu na Quinta da Santa Maria no dia 15 de maio com o tema Douro vs Alentejo. Os vinhos foram todos comprados na Quinta, com um preço médio competitivo com o mercado, mas alguns podem ser encontrados com valores abaixo dos citados.


Iniciamos a noite com o conhecido EA branco.  Produzido a partir das castas Antão Vaz e Arinto, plantadas nas vinhas da Fundação Eugénio de Almeida, na região de Évora no Alentejo. Quando as uvas atingem o estado de maturação ideal, são colhidas e transportadas para a adega, onde se inicia o processo tecnológico com desengace total e ligeiro esmagamento. Em seguida, as uvas são fermentadas em cubas de inox, à temperatura controlada de 16ºC. Segue-se estágio sobre borras finas durante doze meses com bâtonnage regular. Harmoniza com aperitivos, aves e massas com molhos leves. GA: 13,5%. Pagamos R$ 99,00


Os vinhos degustados foram:


1. Paulo Laureano Premium Vinhas Velhas, 2015, Alentejo, Paulo Laureano Vinus, Coloração granada intensa. Aromas de compotas de frutos negros onde se distinguem ameixas e amoras silvestres em compota, mesclados com notas de chocolate negro, tosta e fumados das barricas. Paladar estrutura marcante onde se sobressaem os taninos das castas e da madeira de estágio, de forma harmoniosa e complexa. 20% de Alicante Bouchet, 40% de Aragonez e 40% de Trincadeira. GA 13%. R$ 209,00. Ficou em quarto lugar na preferência do grupo.


2. Quinta dos Castelares, 2016, Douro, Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira, Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional. Vinho muito aromático. Frutas silvestres maduras, com notas de especiaria. Complexo e elegante, com taninos finos e suaves. Bom volume de boca. Vai bem com carnes vermelhas e queijos de sabor mais intensos. GA 14,5%. R$ 140,00. Ficou em terceiro lugar na preferência.

3. BLOG, 2011, Alentejo. Tiago Cabaço Wines,  Touriga Nacional e Alicante Bouschet. De cor ainda de intensos rubi e violetas concentrados, revela aromas com fruta vermelha e preta madura, com boa frescura, ameixas pretas, balsâmico fresco, tostados leves, barrica completamente ligada e bem ligada. Na boca está agora num grande momento, cheio de vida, com taninos redondos, amaciados, untuoso, com grande dose de fruta madura fresca, mantendo-se equilibrado, elegante e fresco. Está pronto. Final de boca longo. GA 14,5%. R$ 222,00. Ficou em segundo lugar na preferência.

4. Crasto Superior, 2013, Douro, Quinta do Crasto, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Souzão e Vinha Velha. Vermelho rubi intenso. Ataque fresco, evoluindo em grande harmonia para um volume compacto, composto por taninos maduros e firmes. Boa sensação de frescura aromática, com notas de excelente complexidade que lembram frutos silvestres do Douro, esteva e cacau. O conjunto proporciona um final agradável e de excelente persistência. GA 14%. R$ 199,00. Ficou em primeiro lugar na preferência

Pelo menos dessa vez o grupo teve preferência pelo vinho do Douro em detrimento ao do Alentejo.



Para jantar escolhemos entre um prato de bacalhau e de carne. O vinho para acompanhar foi o EA tinto, Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouchet, Syrah e Castelão, plantadas nas vinhas da Fundação Eugénio de Almeida. Quando as uvas atingem o estado de maturação ideal, são colhidas e transportadas para adega, onde se inicia o processo tecnológico com desengace total e ligeiro esmagamento. A fermentação ocorre em cubas de aço inox a temperatura controlada 24-27°C. Após a fermentação procede-se a filtrações, loteamentos, estabilização tartárica, filtração final e engarrafamento. GA 13,5%. R$ 99,00.

Um excelente mês,

Paulo Sergio

 




domingo, 14 de julho de 2019

Tanoaria

Credvinho - Junho 2019
Local - Quinta de Santa Maria
Tema - Tanoaria


Cristian nos presenteou com uma verdadeira tese sobre a influência da madeira no vinho. Sabemos que Gregos e Fenícios transportavam seus vinhos em ânforas de barro, substituídas por barris de madeira que pesavam muito menos e permitiam uma selagem mais hermética e segura que as ânforas, frágeis e de fácil rompimento. Além de transportar seus vinhos em barris os romanos, e outras sociedades, começaram a perceber que os barris de carvalho conferiam novas e agradáveis qualidades ao vinho. O contato com a madeira tornava o vinho mais macio e suave e também mais saboroso. Percebeu-se que quanto mais tempo o vinho permanecesse dentro dos barris, mais qualidades do carvalho eram transferidas para o vinho, e assim, começou a prática de envelhecer vinho em carvalho. Atualmente são produzidos cerca de 800 mil barris ao redor do mundo, dos quais 550 mil na França, sendo a maioria de carvalho francês.



Degustamos vinhos estagiando em tanques de concreto, outros com pouca passagem em madeira e outros com 100%de maturação em madeira. Todos os vinhos de Portugal.



Nosso vinho de boca foi o Excelente Herdade do Rocim Amphora, vinho de Talha Branco DOC, 2017, da Herdade de Rocim, Alentejo, uva Antão Vaz, GA 12%, com notas florais, minerais e vegetais. Sem estágio em carvalho, com fermentação em talhas de barro com os engaços e estágio por 3 meses em garrafa. Muito equilibrado. Agradou  muito a todos. R$ 238,00.

Os vinhos escolhidos para degustação foram:

1- Pessoa Wines Douro Touriga Nacional, reserva DOC, 2015, GA 12,5%. Médio corpo com taninos aveludados e ótima acidez. Este vinho passou pouco tempo em madeira. R$ 144,00. Foi o quarto na preferência.

2- Quinta da Falorca, Dão, uva Touriga Nacional, 2015, GA 13%. Vinho elegante com taninos aveludados, notas de frutas vermelhas maduras e florais. 50% do vinho estagia em barricas de carvalho francês por 6 meses. R$ 138,00. Foi o terceiro na preferência.

3- Herdade do Rocim, reserva, Alentejo, uva Touriga Nacional, 2015, GA 13%. Fermentação em  ânforas  e estágio em barricas de carvalho por 14 meses e afinamento em garrafas por 6 meses. R$ 167,00. Foi o segundo na preferência.

4-Herdade de Rocim, Amphora Vinho de talha tinto DOC,Alentejo, uva Moreto. Sem estágio em carvalho, sua fermentação foi realizada em talhas de barro com as engaças e estágio por 3 meses em garrafa. R$ 238,00. Foi o primeiro na preferência.

Para o jantar a maioria escolheu um bom bacalhau na brasa com batatas ao murro e brócolis, e para acompanha-lo, o tinto reserva Carm, uva Tinta Roriz, com passagem de 10 meses em carvalho francês e americano. R$ 196,00. Ótima opção.




A sobremesa foi recheada de docinhos portugueses que insistentemente sugeriu um porto.Um bom Tawny finalizou nossa noitada maravilhosa com retrogosto de quem quer mais.



Até julho.
Vera

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