Para melhor acompanhar a degustação de abril do Cluvinho com tema "A uva Cabernet Sauvignon ao redor do mundo", o Claudio Nascimento selecionou esse artigo com algumas informações.
ARTIGO: A uva Cabernet
Sauvignon
17
de maio de 2014 - 12h 03
Por Mauro Festa
A Cabernet Sauvignon é a casta vinífera de maior
prestígio no mundo, cultivada em todas as regiões produtoras e degustada por
todos. Muitas pessoas se referem a ela como sendo a “rainha das uvas tintas”.
Sua origem está associada à região de Bordeaux (Médoc) e é resultado do
cruzamento entre as castas: Cabernet Franc e Sauvignon Blanc. Seu nome já
aparece em registros do final do século XVIII.
Qualquer região ou produtor que esteja começando a
colocar seus produtos no mercado escolhe essa casta para mostrar ao mundo do
que é capaz. Podemos dizer que, hoje em dia, a Cabernet Sauvignon é a casta
internacional para se avaliar vinhos, produtores ou regiões. Ela se infiltrou
por todas as regiões, do Chile a Austrália, da Califórnia a Grécia.
Todo esse sucesso se deve, em parte, pela
capacidade que essa casta tem de manter suas características, aromas e sabores
independentemente da região onde é cultivada. Isso mostrou ser um forte apelo
aos novos consumidores que logo elegeram a Cabernet Sauvignon como padrão de
vinho tinto.
Características
A Cabernet Sauvignon é uma casta espetacular,
fantástica. Fácil de cultivar, a videira se adapta muito bem aos mais
diferentes solos e climas, a exceção dos extremos (quente e frio) que não são bem-vindos
a nenhuma casta. Apresenta bagos escuros e pequenos (preto e violeta profundo),
com pele muito grossa e pouca poupa. Tem maturação tardia o que ajuda na
concentração de aromas e é resistente à podridão pelo excesso de chuvas.
Podemos dizer que os aromas e sabores da Cabernet
Sauvignon são marcantes, diretos e fáceis de reconhecer. Os aromas primários
mais encontrados são: frutas vermelhas (cereja, cassis, amora, morango), frutas
pretas (groselha preta, ameixa, mirtilo), especiarias (pimentas em pó, cravo),
amadeirados resinosos (cedro, lápis e caixa de charuto), amadeirados queimados
(tostado, defumado, café, torrefação), herbáceos (menta, hortelã). Dependendo
do estilo e da região, ainda podemos encontrar: alcaçuz, anis e pimentão.
Aromas
Cereja;
Cassis;
Groselha Preta;
Cereja;
Cassis;
Groselha Preta;
Pimenta em Pó;
Cravo;
Menta;
Cedrinho;
Torrefação;
Couro.
Na Boca, podemos dizer que ela tem uma “pegada” mais masculina, forte. Os bons vinhos apresentam acidez levemente destacada com o álcool bem integrado, taninos potentes que ainda podem estar jovens, mas são sempre elegantes. A textura é envolvente e potente, com corpo médio para maior. Os aromas de boca dependem muito da idade do vinho, mas podemos encontrar: frutas vermelhas, especiarias, sumo de carne, couro, caramelo e baunilha. Quando o vinho ainda é jovem, a acidez e os taninos estão destacados, com o tempo, o vinho se mostra mais redondo, ganhando em complexidade.
Menta;
Cedrinho;
Torrefação;
Couro.
Na Boca, podemos dizer que ela tem uma “pegada” mais masculina, forte. Os bons vinhos apresentam acidez levemente destacada com o álcool bem integrado, taninos potentes que ainda podem estar jovens, mas são sempre elegantes. A textura é envolvente e potente, com corpo médio para maior. Os aromas de boca dependem muito da idade do vinho, mas podemos encontrar: frutas vermelhas, especiarias, sumo de carne, couro, caramelo e baunilha. Quando o vinho ainda é jovem, a acidez e os taninos estão destacados, com o tempo, o vinho se mostra mais redondo, ganhando em complexidade.
Assim como a maioria das uvas tintas, a Cabernet
Sauvignon pode ser apresentada sozinha (varietal) ou em cortes (assemblages).
Em ambos os casos, ela dá origem a vinhos estruturados, concentrados e tânicos.
Os cortes mais frequentes são com a Merlot
ou Cabernet Franc (Bordeaux), com a Sangiovese
(Toscana), com a Tempranillo (Espanha), com a Shiraz (Austrália) e, novamente com a
Merlot (Estados Unidos e Chile). Nos cortes, ele é responsável pela
longevidade, estrutura e complexidade. Outra característica interessante dessa
casta é que o uso de madeira (estagiar em barricas de carvalho) favorece a
complexidade aromática.
O fato de ser tão eclética nos permite degustá-la
jovem ou não; tudo depende da região e do estilo do vinho que o produtor quis
apresentar. O tempo de guarda está diretamente relacionado ao estilo do
produtor ou região, em linhas gerais: de 5 a 10 anos (vinhos mais simples), de
10 a 15 anos (australianos), de 10 a 20 (californianos) e mais de 30 anos (tops
de Bordeaux). Existem vários exemplares da primeira linha de Bordeaux com mais
de 40 anos que ainda estão em plena forma!
Principais regiões
Cultivada em quase todos os lugares do mundo, a
Cabernet Sauvignon tende a se apresentar bem marcada e caracterizada, mas com
infinitos estilos e particularidades que cada produtor determina. Dessa forma,
as principais regiões são:
França, Bordeaux – É a sua terra natal, a melhor região produtora, especialmente a margem esquerda (Médoc).
França, Bordeaux – É a sua terra natal, a melhor região produtora, especialmente a margem esquerda (Médoc).
Seus vinhos estão entre os melhores do mundo e
podem ser muito longevos. Cada sub-região apresenta características
particulares: Margaux (aparecem notas florais de violeta e rodas), St.
Julien (traz os aromas de cedrinho e caixa de charutos), Pauillac
(aromas de lápis), St. Estèphe (mais mineral) e Pessac-Léognan;
Califórnia –
Para muitos, o segundo melhor terroir para a Cabernet Sauvignon. Seus vinhos
são aromáticos, profundos, densos, complexos e encorpados.
As melhores sub-regiões são: Sonoma, Napa, Alexander Valley, Mendocino, Stags Leap District, Oakville e Rutherford;
As melhores sub-regiões são: Sonoma, Napa, Alexander Valley, Mendocino, Stags Leap District, Oakville e Rutherford;
Austrália –
Outra excelente região. Seus vinhos se apresentam potentes, cheios de frutas,
menta e eucaliptol. As melhores sub-regiões são: Coonawarra, Margaret River,
Yarra Valley e Clare Valley;
Itália, Toscana –
A Cabernet Sauvignon entrou nesta região pelas portas do fundo, ou seja, sem
ser permitida. Ela foi a responsável pelo surgimento dos vinhos Supertoscanos,
onde normalmente aparece em corte com a Sangiovese;
Nova Zelândia –
Nos últimos anos vem apresentando um grande avanço com essa casta. A Ilha do
Norte tende a ser mais indicada. Seus vinhos podem ser varietais ou corte. As
melhores sub-regiões são: Hawke’s Bay e Wairarapa;
Chile –
Aqui a Cabernet Sauvignon encontrou um terreno fértil e para se desenvolver com
muita personalidade. É a casta mais cultivada no país e praticamente todos os
produtores a vinificam. Seus aromas, além das frutas típicas, apresentam uma
pegada herbácea. Seus vinhos podem ser varietais ou em corte. As melhores
sub-regiões são: Valle Del Maipo, Valle Del Maule e Valle de Colchagua.
Outras regiões menos destacadas também produzem Cabernets de ótima qualidade: Argentina, Brasil, África do Sul, Espanha (Priorato, Navarra e Rioja), Portugal (Alentejo) e Líbano.
Outras regiões menos destacadas também produzem Cabernets de ótima qualidade: Argentina, Brasil, África do Sul, Espanha (Priorato, Navarra e Rioja), Portugal (Alentejo) e Líbano.
Grandes Cabernets
Ch. Haut-Brion;
Ch. Latour;
Ch. Margaux;
Ch. Lynch-Bages;
Ch. Palmer;
Ch. Montrose;
Ornellaia;
Sassicaia;
Solaia;
Esporão;
Maequés de Riscal;
Sassicaia;
Solaia;
Esporão;
Maequés de Riscal;
Stag’s Leap;
Screaming Eagle;
Ridge – Montebello;
Mondavi – Opus One;
Catena Alta;
Seña;
Almaviva;
Montes Alpha “M”;
Almaviva;
Montes Alpha “M”;
Penfolds – Bin 707;
Petaluma;
Rosemount;
Moss Wood;
Rosemount;
Moss Wood;
Yarra Yering.
Beba com moderação!!!
Enoabraços…
Mauro Festa é enólogo
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